A caminho dos 50 anos do 25 de abril, o artigo escolhido para o dia de hoje começa por revelar que, em Portugal, o movimento feminista nunca chegou a ser sufragista como o feminismo inglês ou americano, mas antes um movimento moderado na sua globalidade, apensar das várias tendências, desde a mais conservadora a uma via mais radical consoante as mulheres que o protagonizasse.
Na primeira fase, com a Liga das Mulheres Republicanas, reivindicava-se sobretudo o direito à educação, ao voto, à sua independência económica e ao divórcio. Esta primeira vaga trazia consigo a ideia de que estes direitos iriam fazer delas melhores mães e esposas.
Numa segunda vaga, mais marcante e com um marco nos anos sessenta, salienta-se a luta pelos mesmo direitos com maior ênfase. Reivindica-se igualmente um Estado-Providência, nomeadamente o reconhecimento de melhores condições na gravidez e maternidade, pela criação de creches e jardins de infância, melhores condições de trabalho… No entanto, o feminismo português não reuniu a mobilização necessária tal como foi verificada noutros países (e.g. nórdicos).
As alterações jurídicas no direito português subsequentes ao 25 de abril de 1974 não foram obtidas devido à mobilização do movimento feminista, mas antes pela nova ordem política. Na lei, passou a vigorar, pela primeira vez, a igualdade entre homens e mulheres; foi reconhecido o sufrágio universal. Foi retirado aos maridos o direito de violar a correspondência e não autorizar a saída do país. Também o alargamento da licença de maternidade passou para 90 dias, bem como o acesso das mulheres a todas as carreiras profissionais.
Apesar de ter conquistado território tradicionalmente masculino, o facto é que as mulheres continuaram, na sua maioria, a desempenhar áreas tipicamente femininas (ligadas ao cuidado, à organização e a um zelo que passou da esfera privada para uma esfera pública).
Passaram 24 anos após a publicação deste artigo e hoje perguntamos-te: o que tens a dizer sobre a condição da mulher neste pós 25 de abril?






Por Graça Costa.